durante quatro anos cantei em uma banda de baile. o que mais me intrigava durante as festas era como as pessoas chegavam bem vestidas e saíam destruídas. parece ser uma regra, toda festa tem o antes, o durante e o depois.
no “antes”, todo mundo chega bem vestido; as meninas com penteados a base de laquê, sapatos e roupas impecáveis. os homens, com o velho e bom terno e gravata, muito bem passados, sapatos brilhantes e engraxados.
o “durante” é muito interessante. você logo vê olhares do tipo “estou a fim de você”. os garçons são super disputados, todo mundo quer beber bastante. os tipos encontrados são sempre os mesmos: o engraçadinho, o nerd, o galã e o que passa desapercebido (aquele que você nem nota a presença). do palco eu tinha a vista “panorâmica” de tudo. já sabia quem ia dar vexame, quem estava triste, animado... via tudo de “camarote”. o que a gente tocava nesse momento? ora, anos 60, 70, 80, dance music.
Kirsten Dunst pós-rehab, saindo da festa
o “depois”, definitivamente, é a hora mais divertida da festa. as meninas estão de pés descalços, o penteado virou lenda, vários casais se formaram, beijos e mais beijos, pessoas choram e fazem declarações do tipo: “eu te amo amiga”, e brigas, muitas brigas de casais e jovens rebeldes. uma observação importante: a gravata não mais é um utensílio do pescoço, agora ela é usada na cabeça.
o que a banda toca nesse momento? bem, vou te responder, tocávamos forró, axé e Tim Maia. para nós, profissionais da música, todos os bailes podem parecer iguais. mas para cada formando, que passou anos se dedicando, ou não, a um curso superior, é um momento único. cada festa tem sua singularidade, mas todas tem uma mesma protagonista, a culpada por tudo: a danada da cachaça!
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